sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Reativando o blog


Lá estava ele, segurando um copo e rabiscando papéis, na solidão de seu próprio mundo, como se não houvesse mais nada ao redor, fossem somente ele e o barulho das ondas. Ele olhou para as ondas, insistentes, quebrando na areia como se tentassem sair do mar, mas que por algum motivo acabavam por retornarem, escorridas, arrastadas, para novamente tomarem forças e tentar.

Ele se viu assim, arrastado lentamente a sua antiga vida, da qual ele tentava desesperadamente livrar-se, sair a terra, poder correr o mundo, sonhar e não apenas lamber a areia sem chegar a lugar nenhum.

Ele parou, esvaziou a mente de todos os pensamentos, tragou lentamente o ultimo gole da bebida amarga que carregava e ficou ali por um tempo, sem pensar em nada. De repente sua mente transbordou-se de sentimentos e uma espécie de leveza o tomou por completo, e neste instante tudo ficou claro, uma clareza arrebatadora, levantou-se, ateou fogo as suas escritas nostálgicas e deprimentes e decidiu não mais chorar, não mais ser aquela marola insistente, decidiu viver.

Deixou de ser onda para ser vento.